A palavra mágica
Vou
procurá-la a vida inteira no mundo todo.
Se tarda
o encontro, se não a
encontro,
não desanimo, procuro sempre.
Procuro
sempre, e a minha procura
ficará
sendo a minha palavra.
(Carlos
Drummond de Andrade)
A
linguagem oral é a mais remota figura de comunicação entre as pessoas,
portanto, as histórias têm papel respeitável no desenvolvimento das crianças.
Mais que uma linguagem prazerosa e educativa, a ação de contar e ouvir
histórias possibilita o resgate da memória cultural e afetiva. Contar histórias
é a mais antiga das artes. Nos velhos tempos, o povo se reunia ao redor do fogo
para se esquentar, alegrar, dialogar, narrar acontecimentos. As pessoas assim
reunidas contavam e repetiam histórias, para guardar suas tradições e sua
língua. Assim transmitiam a história e o conhecimento acumulado pelas gerações,
as crenças, os mitos, os costumes e os valores a serem resguardados pela
comunidade. Devemos lembrar que Cristo, nas pregações, usava a parábola, uma forma
narrativa alegórica, uma história, para passar sua mensagem aos homens. Suas
palavras iam do concreto ao simbólico e todos as entendiam.
O ato de
contar uma história, além de atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a
criança a organizar sua fala, através da coerência e da realidade. O ver,
sentir e ouvir são as primeiras disposições na memória das pessoas. Contar
histórias é uma experiência de interação. Constitui um relacionamento cordial
entre a pessoa que conta e os que ouvem. A interação que se estabelece aproxima
os sujeitos envolvidos. Os contos enriquecem nosso espírito, iluminam nosso
interior, e, ao mesmo tempo, nos tornam mais protagonistas na resolução dos
problemas e mais flexíveis para aceitar diferenças.
O
exercício de contar histórias possibilita debater importantes aspectos do
dia-a-dia das crianças. Contar histórias é também uma forma de ensinar temas
éticos e cidadania e de propiciar um mundo imaginário que encanta a criança. A
criança necessita ouvir histórias para desenvolver sua imaginação, a
observação, e a linguagem oral e escrita, assim como, o prazer pela arte, a
habilidade de dar lógica aos acontecimentos e estimular o interesse pela
leitura.
Através
da arte de contar histórias, podemos tornar possível a construção da aprendizagem
relacionada à competência cognitiva da criança, propiciando elaboração de
conceitos, compreendendo sua atitude no mundo, e se identificando com papéis
sociais que exercerá ao longo de sua existência.As histórias devem acontecer
dentro de um contexto simples e adequado ao entendimento da criança. São
extraordinárias ferramentas para a comunicação de valores, porque dão contexto
a fatos abstratos, difíceis de serem transmitidos isoladamente. O professor
como contador de histórias, transforma-se em um mediador privilegiado dentro do
contexto da educação quando leva o aluno a pesquisa e a novas produções. A
história passa a ser reinventada pela criança através de um desenho, uma
pintura, ou mesmo através de uma fala com enfoque pessoal.
Ref:
Revista ACB
Amélia
Hamze
Profª
FEB/CETEC
FISO e
ISEB – Barretos/SP
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